Especial Nossa Gente: Centenário de nascimento de Augusto Mello Cançado
Professor Mello Cançado
Desconhecido por boa parte da população da cidade, o renomado professor e escritor passou sua infância em Laranjal
Antônio Augusto de Mello Cançado nasceu em Pará de Minas em 1º de março de 1912. Filho dos professores Augusto Lopes Cançado e Judite Ester de Mello Cançado, casou-se com Maria da Glória Machado de Mello Cançado, com quem teve os filhos: José Tarcísio, José Maurício, José Augusto e José Eduardo.
Logo após seu nascimento seus pais mudaram para a pequena Vila do Laranjal, onde lecionavam para as crianças da redondeza. Antonio Augusto de Mello Cançado cresceu na pequena “vila de uma rua só” como referia sempre a cidade de Laranjal, ou em outras vezes como “meu doce burgo”. Em 1919 sua mãe morreu subitamente em Laranjal, acometida pela gripe espanhola. Em suas memórias, fala da tristeza que invadiu a sua casa e mudam da pequena vila que passará a marcar sua vida como doce lembrança.
Após, em Juiz de Fora cursou Humanidades na Academia de Comércio, de 1922 a 1928, com os padres da Congregação Verbo Divino.
Iniciou sua carreira no magistério em 1929, no Ginásio São Geraldo, em Pará de Minas, lecionando Latim e Português. Em Belo Horizonte lecionou as mesmas disciplinas e também Filosofia, no Instituto Padre Machado.
Na Capital de Minas Gerais foi primeiramente cobrador e, depois linotipista no jornal Estado de Minas. Em 1941 formou-se em Direito pela Universidade de Minas Gerais, hoje UFMG. Em 1951 conquistou o grau de Doutor pela Faculdade de Direito da UFMG, com a sua aprovação em concurso para a cátedra de Direito Romano, apresentando a tese Patrícios e Plebeus. Desde então, exerceu o magistério na Faculdade de Direito da UFMG nos seguintes conteúdos: Latim e Português; Introdução à ciência do Direito; Filosofia do Direito; Direito do Trabalho; Direito Civil e Direito Romano; História do Direito Brasileiro, hoje, História do Direito; Estudos de Problemas Brasileiros. Os conteúdos, Direito Público, Filosofia do Direito, Filosofia do Direito II e III foram lecionados no Curso de Doutorado. Em 1971, foi efetivado como Professor Titular da UFMG.
Prof. Mello Cançado foi professor-fundador e decano da Faculdade Mineira de Direito, da Universidade Católica. Foi titular de Direito Romano desde a fundação da entidade universitária. Dirigiu a Faculdade Mineira de Direito cerca de 10 anos consecutivos, até a sua consolidação na Praça da Liberdade cujo edifício Dom Antônio dos Santos Cabral, primeiro arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, ajudou decisivamente na construção.
Pela atuação do Prof. Mello Cançado na Faculdade de Direito, ele recebeu das mãos do arcebispo metropolitano Dom João Resende Costa, o título de Sócio Benfeitor da Sociedade Mineira de Cultura, mantenedora da Universidade Católica de MG, passando igualmente a integrar o seu corpo de diretores.
Ainda na Universidade Católica de Minas Gerais lecionou Sociologia na Escola de Serviço Social, da qual foi co-fundador juntamente com o Padre Arnaldo Leal; na Faculdade de Filosofia Santa Maria; e na Escola de Enfermagem Hugo Werneck.
De1950 a 1970, lecionou também Sociologia Aplicada nos cursos da Escola de Enfermagem Carlos Chagas, hoje integrante da UFMG.
Prof. Mello Cançado exerceu durante largo período as funções de Técnico de Educação do Estado de MG, tendo se aposentado após 33 anos se serviços prestados.
Foi chefe do Departamento de Ensino Primário em 1950, na mesma Secretaria de Educação. Como técnico, dirigiu de1961 a 1964, no período do Governo Magalhães Pinto, o Departamento de Educação de Minas Gerais.
Prof. Mello Cançado foi admitido na Secretaria da Educação de MG em 1932 como praticante. Alcançou por merecimento todos os postos de relevância dessa Secretaria e, em 1965, no mesmo Governo Magalhães Pinto, foi Secretário de Estado da Educação.
Na Prefeitura de Belo Horizonte, na administração do Prefeito Celso Mello de Azevedo, foi Diretor de Educação e Cultura, de1955 a 1958.
Nomeado em 1961 Diretor Geral do Departamento Nacional de Educação, declinou da honra por motivos superiores.
Conferencista de escola, com muita frequência era solicitado para se pronunciar sobre temas educacionais, dentro e fora de Minas Gerais.
Prof. Mello Cançado foi membro da Academia Mineira de Letras; do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, do qual era orador oficial; da Academia Municipalista de Letras; dos Institutos Históricos de Campanha e Juiz de Fora. Foi, ainda, membro do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, desde a sua fundação em 1962. Como Conselheiro, atuou em 2 Câmaras: na de Planejamento e Normas e na do Ensino de 1º Grau, da qual foi presidente até seu falecimento em 21 de agosto de 1981.
Jornalista profissional desde 1944, trabalhou em “O Diário” e colaborou com outros jornais do país: Folha de Minas, Estado de Minas, Correio Paulistano, Lar Católico, Minas Gerais, Jornal de Montes Claros (criado na década de 1950 pelo jornalista e escritor Oswaldo Antunes, grande amigo de Mello Cançado desde o início do "O Diário", ficou conhecido como "o mais lido do Norte de Minas"), entre outros. Deixou-nos os seguintes livros publicados: Patrícios e Plebeus; Temas e Figuras; Presença de Vila Rica; Moral, Direito, Profissão; Em louvor de Pitangui; Manoel Thomaz de Carvalho Britto; O Primeiro Mestre; 250 Anos de Música em Minas; O Direito de Ser Feliz, entre outros. Os livros Varanda 36 e Pequeno Ofício de Esperança foram publicados após seu falecimento. É autor também de vários ensaios publicados em revistas especializadas.
Professor Mello Cançado foi condecorado com a Medalha da Inconfidência, Medalha de Ouro Santos Dumont, Medalha Dom Cabral, entre outras. Recebeu os títulos de Cidadão Honorário de Pitangui e de Laranjal; e de Cidadão Benemérito de Pará de Minas, em 19 de novembro de 1964, sendo o primeiro benemérito homenageado pelo Município.
Em 1981, ano do falecimento dele, foi instituída a Medalha Mello Cançado, no grau ouro, pelo Reitor da Universidade Católica de MG, Dr. Gamaliel Herval, iniciativa do Prof. Antônio Augusto Mercedo Moreira, chefe do Departamento de Direito da PUC –MG. A medalha é concedida ao melhor aluno do curso de Direito com o melhor aproveitamento escolar, durante todo o curso.
O amor à terra natal permeou as ações dele, buscando e canalizando inúmeros benefícios que resultaram no progresso de Pará de Minas.
Iniciou sua carreira no magistério em 1929, no Ginásio São Geraldo, em Pará de Minas, lecionando Latim e Português. Em Belo Horizonte lecionou as mesmas disciplinas e também Filosofia, no Instituto Padre Machado.
Na Capital de Minas Gerais foi primeiramente cobrador e, depois linotipista no jornal Estado de Minas. Em 1941 formou-se em Direito pela Universidade de Minas Gerais, hoje UFMG. Em 1951 conquistou o grau de Doutor pela Faculdade de Direito da UFMG, com a sua aprovação em concurso para a cátedra de Direito Romano, apresentando a tese Patrícios e Plebeus. Desde então, exerceu o magistério na Faculdade de Direito da UFMG nos seguintes conteúdos: Latim e Português; Introdução à ciência do Direito; Filosofia do Direito; Direito do Trabalho; Direito Civil e Direito Romano; História do Direito Brasileiro, hoje, História do Direito; Estudos de Problemas Brasileiros. Os conteúdos, Direito Público, Filosofia do Direito, Filosofia do Direito II e III foram lecionados no Curso de Doutorado. Em 1971, foi efetivado como Professor Titular da UFMG.
Prof. Mello Cançado foi professor-fundador e decano da Faculdade Mineira de Direito, da Universidade Católica. Foi titular de Direito Romano desde a fundação da entidade universitária. Dirigiu a Faculdade Mineira de Direito cerca de 10 anos consecutivos, até a sua consolidação na Praça da Liberdade cujo edifício Dom Antônio dos Santos Cabral, primeiro arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, ajudou decisivamente na construção.
Pela atuação do Prof. Mello Cançado na Faculdade de Direito, ele recebeu das mãos do arcebispo metropolitano Dom João Resende Costa, o título de Sócio Benfeitor da Sociedade Mineira de Cultura, mantenedora da Universidade Católica de MG, passando igualmente a integrar o seu corpo de diretores.
Ainda na Universidade Católica de Minas Gerais lecionou Sociologia na Escola de Serviço Social, da qual foi co-fundador juntamente com o Padre Arnaldo Leal; na Faculdade de Filosofia Santa Maria; e na Escola de Enfermagem Hugo Werneck.
De
Prof. Mello Cançado exerceu durante largo período as funções de Técnico de Educação do Estado de MG, tendo se aposentado após 33 anos se serviços prestados.
Foi chefe do Departamento de Ensino Primário em 1950, na mesma Secretaria de Educação. Como técnico, dirigiu de
Prof. Mello Cançado foi admitido na Secretaria da Educação de MG em 1932 como praticante. Alcançou por merecimento todos os postos de relevância dessa Secretaria e, em 1965, no mesmo Governo Magalhães Pinto, foi Secretário de Estado da Educação.
Na Prefeitura de Belo Horizonte, na administração do Prefeito Celso Mello de Azevedo, foi Diretor de Educação e Cultura, de
Nomeado em 1961 Diretor Geral do Departamento Nacional de Educação, declinou da honra por motivos superiores.
Conferencista de escola, com muita frequência era solicitado para se pronunciar sobre temas educacionais, dentro e fora de Minas Gerais.
Prof. Mello Cançado foi membro da Academia Mineira de Letras; do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, do qual era orador oficial; da Academia Municipalista de Letras; dos Institutos Históricos de Campanha e Juiz de Fora. Foi, ainda, membro do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais, desde a sua fundação em 1962. Como Conselheiro, atuou em 2 Câmaras: na de Planejamento e Normas e na do Ensino de 1º Grau, da qual foi presidente até seu falecimento em 21 de agosto de 1981.
Jornalista profissional desde 1944, trabalhou em “O Diário” e colaborou com outros jornais do país: Folha de Minas, Estado de Minas, Correio Paulistano, Lar Católico, Minas Gerais, Jornal de Montes Claros (criado na década de 1950 pelo jornalista e escritor Oswaldo Antunes, grande amigo de Mello Cançado desde o início do "O Diário", ficou conhecido como "o mais lido do Norte de Minas"), entre outros. Deixou-nos os seguintes livros publicados: Patrícios e Plebeus; Temas e Figuras; Presença de Vila Rica; Moral, Direito, Profissão; Em louvor de Pitangui; Manoel Thomaz de Carvalho Britto; O Primeiro Mestre; 250 Anos de Música em Minas; O Direito de Ser Feliz, entre outros. Os livros Varanda 36 e Pequeno Ofício de Esperança foram publicados após seu falecimento. É autor também de vários ensaios publicados em revistas especializadas.
Professor Mello Cançado foi condecorado com a Medalha da Inconfidência, Medalha de Ouro Santos Dumont, Medalha Dom Cabral, entre outras. Recebeu os títulos de Cidadão Honorário de Pitangui e de Laranjal; e de Cidadão Benemérito de Pará de Minas, em 19 de novembro de 1964, sendo o primeiro benemérito homenageado pelo Município.
Em 1981, ano do falecimento dele, foi instituída a Medalha Mello Cançado, no grau ouro, pelo Reitor da Universidade Católica de MG, Dr. Gamaliel Herval, iniciativa do Prof. Antônio Augusto Mercedo Moreira, chefe do Departamento de Direito da PUC –MG. A medalha é concedida ao melhor aluno do curso de Direito com o melhor aproveitamento escolar, durante todo o curso.
O amor à terra natal permeou as ações dele, buscando e canalizando inúmeros benefícios que resultaram no progresso de Pará de Minas.
Laranjal – Por Mello Cançado
Revejo-a na imaginação. Doce aldeia, de uma rua só, com nome mais convidativo do mundo: - Laranjal. Vamos escandir as sílabas para saborear o gosto: La-ran-jal. Então, nos anos da graça de 1912 a 1919, que doçura! Mas, em 1919, a gripe espanhola fez entrar a tristeza casa a dentro, com a morte de minha mãe.
Esfacelado o lar, emigramos. Adeua trolley! Adeus, rua longa, com lampiões à noite, ou então com luares e serenatas! Adeus! Rua cheia de magnólias do lado dos Antunes, rua de acácias frente aos Mescolim, rua de camélias face aos Alvarengas. Tudo em jardim florido e perfumado se desenrolara ao longo das tuas casas e vivendas e das duas praças com que começavas e terminavas!
Saudades de Laranjal! Hoje em dia não botamos mais cadeiras nas calçadas, para fluir as tardes gostosas. Por que não cumprimentamos as pessoas, com quem cruzamos pelas ruas? Em Laranjal não era assim, não! Crescíamos juntos e as vidas entrelaçavam tanto que, por vezes, não saberíamos dizer quem atuava: se “nós” ou se nossos amigos!
Hoje... Bem, hoje, neste tempo e neste espaço, só vocês mesmos tomando a palavra. Até amanhã...
As noites constituíam outro encanto da vida em Laranjal. Quando , àquela época, era rara a cidade iluminada, o pequeno burgo cataguarino tinha, para clareá-lo, os lampiões que o Adriano (Adriano Soares Barbosa) acendia nos postes fincados nas ruas. Extraordinário esse Adriano, que Laranjal adorava! Quando começava a surgir ao lado da Matriz com a sua escada, nós sabíamos que era hora de dizer: “bênção, papai, bênção mamãe!”
E lá vinha crescendo a figura daquele risinho português, com os seus “boas noites” em sotaque lusitano puro.
Então era a nossa hora. Cadeiras nas calçadas para os velhos, nós outros, as crianças enchíamos o tempo e o espaço. Meninas formavam roda: “Eu sou pobre, pobre, pobre...” Mais adiante, cantavam outros grupos: Nesta rua, nesta rua, tem um bosque”. Ao que as vozes múltiplas se contrapunham: “se eu roubei teu coração, é porque eu te quero muito bem...”
Poderia haver nada mais delicioso do que esse ritornello de vagas amorosas dentro do oceano manso de existência de Laranjal? Todo mundo era compadre. E tudo era generoso naquela terra, exatamente como os vinhos velhos.
Fontes: História Geral de Laranjal, por PE. Geraldo Mendes Monteiro e o site do Museu de Pará de Minas
Meu pai tinha um especial carinho pela cidade. Sempre nos falava de sua infancia em Laranjal, onde seu pai Augusto Lopes Cançado e sua mãe Judith Ester de Mello foram professores.
ResponderEliminarObrigado pela lembrança e registro do Centenario neste Jornal Nossa Terra Nossa Gente.
José Tarcisio de Mello Cançado